A vitamina D tem como principal função participar do desenvolvimento do sistema esquelético, e sua deficiência está associada a diversas doenças ou alterações orgânicas, entre elas, a osteoporose e o raquitismo.
Os demais benefícios da vitamina D, como prevenção do diabetes, das doenças cardiovasculares, da esclerose sistêmica e do desenvolvimento de cânceres, ainda requerem maior comprovação científica.
Apesar de ser adquirida por meio de nutrientes na alimentação, cerca de 90% dessa vitamina é produzida de forma endógena, ou seja, pelo próprio organismo, sendo o processo iniciado na pele a partir da radiação solar.
Esses fatores, associados ao risco de câncer da pele por exposição ao sol, e o aumento nos últimos anos do número de pessoas com exames laboratoriais indicando deficiência desse nutriente, contribuíram com a polêmica em torno do assunto proteção solar X vitamina D.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia lançou o primeiro documento a respeito desse assunto no país, baseado em evidências científicas, com a intensão de orientar aos médicos dermatologistas e à população sobre o tema.
Segundo o Consenso Brasileiro de Fotoproteção da SBD, temos:
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O uso dos protetores solares com fator de proteção (FPS) superior a 30 deve ser recomendado para todos os indivíduos acima de seis meses de idade*, principalmente naqueles indivíduos mais expostos ao sol;
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Não é recomendado exposição ao sol sem uso adequado de protetores solares;
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É recomendado que outras medidas, além dos protetores solares convencionais, sejam implementadas para proteção solar, tais como: uso de roupas, chapéus e óculos escuros adequados;
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Deve-se evitar o sol entre os horários de 10 e 15h;
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A exposição ao sol, de forma intencional, não deve ser incentivada e nem considerada uma fonte de produção da vitamina D, e também não deve ser feita como prevenção da sua deficiência;
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Indivíduos com risco para o desenvolvimento de vitamina D devem ser monitorados com exames laboratoriais periódicos, e tratados quando necessário.
*Crianças abaixo de seis meses de idade não devem ser expostas diretamente ao sol, e não é recomendado o uso regular de fotoprotetores nesta faixa etária.
Portanto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia, entende que a vitamina D pode ser estimulada pela exposição solar diária não intencional, além da mesma poder ser obtida por meio de alimentos, ou até mesmo através de suplementos, quando necessário. Entende também que a prevenção ao câncer da pele é uma prioridade, e que as recomendações quanto à proteção solar devem ser mantidas.
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