Tratamento da psoríase
O tratamento da psoríase atualmente tem sido alvo de muito estudo e interesse da comunidade médica e científica. A cada dia, novos medicamentos surgem para o tratamento dessa doença, novos artigos são publicados, e as normas e diretrizes a respeito do tema são revistas e atualizadas.
Essas normas, conhecidas como guidelines, são escritas por vários médicos estudiosos e especialistas no assunto, e servem de guia para o tratamento adequado das doenças em geral.
No caso da psoríase, seguindo essas diretrizes, a mesma pode ser caracterizada, após criteriosa avaliação médica, e com auxílio de instrumentos próprios para determinação da gravidade de doença em leve, moderada ou grave.
Os pacientes que apresentam a forma leve da psoríase, com pequenas e poucas lesões cutâneas, sem comprometimento das articulações e sem alteração da sua qualidade de vida, geralmente são tratados com medicações tópicas (cremes e pomadas), além de orientações sobre os benefícios dos hidratantes e da exposição solar (leve e protegida) na psoríase.
Já os pacientes que apresentam as formas moderada ou grave da psoríase frequentemente necessitam de medicamentos sistêmicos, que são os de uso via oral, subcutâneo, intramuscular, ou intravenoso, para o controle adequado da doença. Geralmente tem grandes áreas da pele acometida, e quando presente a forma articular, os processos inflamatórios, que levam a danos articulares, podem ser vistos em uma ou várias articulações. A qualidade de vida desses pacientes encontra-se bastante alterada, e muitas vezes necessitam de apoio psicológico.
A terapia sistêmica pode ser dividida em dois grandes grupos: a terapia convencional, que é aquela utilizada tradicionalmente e inicialmente pelos dermatologistas nos casos de psoríase moderada ou grave; e a terapia biológica, que por ser ainda pouco conhecida, e de custo muito elevado, geralmente é indicada após a falha dos medicamentos convencionais. Estes também são indicados em situações especiais, como, por exemplo, quando o paciente apresenta a forma moderada ou grave da doença, mas por questões médicas, não pode usar os medicamentos convencionais.
Terapia sistêmica convencional na psoríase
A terapia sistêmica convencional para o tratamento da psoríase compreende:
– Fototerapia: PUVA e UVB-NB;
– Imunossupressores: Metotrexate e a ciclosporina;
– Retinóide oral: Acitretina.
A fototerapia é uma das diversas modalidades de tratamento das doenças inflamatórias da pele. Consiste na irradiação da pele, por meio de lâmpadas especiais, de espectros de luz bem definidos, sendo os raios ultravioleta A e B. São denominados conforme o tipo de radiação que emitem em PUVA e UVB-NB. Este pode ser considerado um método simples e seguro de tratamento, porém deve-se ter cuidado com os possíveis efeitos indesejados, como os danos oculares, o surgimento de pequenas neoplasias cutâneas e o fotoenvelhecimento da pele.
Os medicamentos imunossupressores são drogas que inibem ou diminuem a atividade do sistema imunológico do organismo. Esses medicamentos são utilizados em diversas situações, como no tratamento de doenças em que há participação efetiva do sistema imunológico (doenças imunomediadas), ou para impedir a rejeição de transplantes de órgãos e tecidos. Essas drogas não são livres de efeitos colaterais ou riscos. A maioria delas, por não agir de forma seletiva, deixa o organismo com menor capacidade de combater infecções e até mesmo de resistir a à disseminação de células malignas. Há também outros efeitos colaterais como hipertensão arterial, desenvolvimento de distúrbios do colesterol e dos triglicerídeos (dislipidemias), alteração da glicose, e danos que podem ser causados a alguns órgãos, em especial ao fígado e aos rins. Na dermatologia, essa classe de medicamentos tem sido empregada para o tratamento de várias doenças, entre elas a psoríase, sendo considerada nesse caso como parte da terapia sistêmica convencional.
Os retinóides são derivados naturais ou sintéticos da vitamina A, muito utilizados na dermatologia para o tratamento de doenças que apresentam distúrbios no processo de queratinização da pele, como a psoríase. Seus efeitos colaterais incluem a teratogenicidade, que é a malformação fetal, dislipidemias e ressecamento da pele e mucosas. Embora sejam medicamentos seguros, os pacientes devem ser acompanhados com exames laboratoriais de rotina, especialmente para avaliar as funções hepáticas e as taxas de lipídeos no sangue.
Terapia sistêmica biológica atual na psoríase
Os medicamentos conhecidos como agentes biológicos, ou simplesmente biológicos são moléculas de natureza proteica produzidas com o auxilio da engenharia genética. Representam uma nova classe de drogas terapêuticas para o tratamento de doenças inflamatórias relacionadas à imunidade do próprio organismo (autoimune), sendo desenvolvidos para atuar em substâncias (mediadores da inflamação) específicas, que quando em desequilíbrio provocam doenças. Os biológicos, por serem constituídos de moléculas grandes, ou de elevado peso molecular, podem ser digeridos no trato gastrointestinal caso sejam utilizados por via oral. Portanto, portanto não há medicamentos biológicos administrados por essa via por enquanto. São utilizados pelas vias subcutâneas, intramuscular e intravenosa.
Considerações sobre o uso dos medicamentos biológicos (Leia mais…)