Os fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento dos cânceres de pele do tipo não melanoma, como Carcinoma Espinocelular (CEC) e o Carcinoma Basocelular (CBC) são bem conhecidos, sendo considerados principais, entre outros:
- Tipo de pele (Fototipo);
- Idade;
- Fatores genéticos;
- Exposição solar (radiação ultravioleta)
As queratoses actínicas (QA), ou ceratose actínicas, são lesões comuns na população do mundo inteiro, sendo um dos diagnósticos mais feitos pelos dermatologistas na prática diária de atendimento, principalmente nas pessoas de pele mais clara. Em alguns países, como na Austrália, estudos demonstram que as QA afetam cerca de 50% da população.
A grande importância desse diagnóstica consiste no fato da QA ser considerada um precursor do câncer de pele, mais especificamente do tipo Carcinoma Espinocelular, ou CEC.
O risco de um indivíduo portador de QA desenvolver um CEC chega a 10%.
As lesões de QA podem se manifestar de formas diferentes, de acordo com o seu grau de evolução. De forma geral, no inicio do quadro, temos as manchas planas, avermelhadas ou rosadas, levemente ásperas, e localizadas principalmente nas áreas da pele expostas ao sol, como face, colo, braços e antebraços. Com a evolução das lesões, elas passam a apresentar maior aspereza, assumindo o aspecto de placas vermelhas ou rosadas na pele, com escamação. Às vezes assumem o aspecto semelhante a “pequenos espinhos endurecidos”, geralmente sobre essas áreas mais avermelhadas.
O diagnóstico das lesões de QA é feito durante a consulta médica, de forma relativamente simples, pela avaliação dermatológica. Atualmente existem recursos, como a dermatoscopia, que são de grande utilidade no exame dermatológico. A confirmação do diagnóstico poderá ser feita através da biópsia da pele.
O tratamento das QA pode ser feito com procedimentos realizados no próprio consultório, através de medicamentos prescritos para uso domiciliar, ou ainda através desses dois métodos realizados em conjunto.
Um novo conceito relacionado ao tratamento da QA consiste em não apenas tratar diretamente as lesões de QA, mas ampliar o tratamento para uma área maior da pele, conhecida como Campo de Cancerização.
Campo de Cancerização
O Campo de Cancerização compreende uma área da pele que já pode apresentar mutações genéticas nas células, que representarão as futuras lesões de QA ou CEC.
Cabe ressaltar que, as mutações genéticas nas células, no início, podem não se manifestar visivelmente na superfície da pele. Chamamos essa situação de “lesões subclínicas”, pois apesar das células alteradas já existirem, ainda não podem ser percebidas pelo exame dermatológico do paciente.
A partir desse conhecimento, novas formas de avaliar o paciente e novas terapias foram desenvolvidas, para, além de tratar o que já se pode detectar, tratar também as áreas das possíveis novas lesões de QA ou até mesmo dos cânceres da pele.